Preconceitos. Herança
do primarismo egoístico do ser humano, de quando somente almejava todos os
frutos de alegria e felicidade para si mesmo, remanesce o preconceito dividindo
as criaturas e assinalando-as com o ferrete do desequilíbrio.
O preconceito - esse
degradante julgamento antecipado que subestima o que não conhece ou a quem
combate por paixão inferior - é chaga moral que ainda se demora no organismo
social e deve ser combatido tenazmente.
Gerador de conflitos,
nos quais predomina a impiedade, responde pelas guerras destruidoras, nas quais
os povos e as nações se atiram uns contra os outros devorados pela volúpia da
alucinação.
Dividindo as pessoas e
classificando-as sob padrões que as chancelam, a umas engrandecendo e a outras
estigmatizando indevidamente, o preconceito racial, político, social, tem
levado gerações volumosas à miséria, ao degredo, à morte infamante.
Filho ignóbil do
instinto predominante em a natureza humana, assume, arrogante, o comando da
mente e atira aquele que lhe tomba nas malhas apertadas contra todos quantos se
lhe afiguram inferiores, mourejam em ideais que não são os seus, e se permitem
aspirar por horizontes diversos que lhes são impostos.
Vemo-lo presente nas
religiões que se destacam pelo fanatismo e os seus fregueses se apresentam
envenenados pelo orgulho, pela ignorância da realidade, perseguindo e
malsinando sem compaixão.
Apresenta-se com
vileza e astúcia nas diferenças raciais elegendo-se superior às demais pessoas
que lhe não pertençam ao gen, como se o sangue fosse diferente nos vários
organismos.
Felizmente, à medida
que o DNA vai sendo decodificado, a documentação científica demitiza a ilusão
do sangue azul, do ser ariano e todas as apologias da prepotência nesse campo.
O preconceito científico
igualmente constitui degradante estágio do pensamento, que se arroga soberano
no julgamento das idéias novas e rejeita todas aquelas que desconhece, embora
os fatos venham demonstrando-lhe a estultice e o absurdo através dos séculos...
Preconceitos hediondos
e atormentados seres preconceituosos!
*
Jesus experimentou
preconceito de rabinos e fariseus, apesar de demonstrar a Sua superioridade
moral, intelectual, religiosa, que mais os perturbava, levando-os à trama
covarde culminada na Sua crucificação.
Newton, Copérnico,
Galileu, Ticho Brahe, somente para citar alguns poucos, sofreram o preconceito
da fé religiosa e dos pseudo-científicos, pagando altíssimo preço pela audácia
de decifrarem alguns dos segredos e mistérios do Universo... E estavam certas
as suas teses e propostas.
João Huss, Jerônimo de
Praga, Martinho Lutero entre incontáveis também pagaram o tributo das
inclementes perseguições pelos preconceitos religiosos, doando os dois
primeiros a própria vida, a fim de alargarem os conceitos do amor e das
vinculações diretas da criatura com o seu Criador.
Mais recentemente,
Mohandas Gandhi sofreu o preconceito racial e político, perseguido e
aprisionado várias vezes, por lutar pela paz e a liberdade do seu povo
utilizando-se da não violência. ...
E foi assassinado pelo
preconceito de um jovem paquistanense fanático.
Martin Luther King Jr.
experimentou as mais rudes humilhações por desejar romper com o pensamento de
cor e de raça do seu povo na sua própria Pátria, sendo sacrificado por alucinado
adversário.
A relação é expressiva
e muito volumosa. Os bolsões de preconceito de vária ordem ainda permanecem nas
sociedades modernas, defensoras das liberdades democráticas, nas que se
banqueteiam com os triunfadores cruéis dos campos de guerra onde vítimas
incontáveis foram dilaceradas e mortas.
*
A fraternidade e a
compreensão dos direitos humanos para todos, representa significativo passo
para o desenvolvimento moral e intelectual do ser humano.
Qualquer tipo de preconceito - de julgamento prévio e condenação sem justificativa - traduz atraso ético e espiritual.
O ser humano, no
entanto, sai lentamente do primarismo e avança para as faixas nobres do
conhecimento e da emoção, nas quais não remanescem o egoísmo, a soberba e o
crime de cuja união surge o preconceito.
Símbolo do amor sem
limite, Jesus rompeu com todos os preconceitos - de raça, de crença, político,
de ideologia contra a mulher, as minorias - e instaurou na Terra o período da
verdadeira união das almas que, lentamente, se vai realizando entre os seres
humanos.
Mensagem de Joanna de Ângelis,
psicografada por Divaldo Pereira Franco
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