quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

MPF-MG vai à Justiça pelo tombamento do patrimônio de Chico Xavier

O MPF-MG (Ministério Público Federal em Minas Gerais) ajuizou ação civil pública na 1ª Vara Federal de Uberaba para obrigar a União, o estado de Minas Gerais e o município de Uberaba a realizarem o inventário e tombamento dos bens móveis e imóveis deixados pelo médium Chico Xavier.

Segundo a ação, apesar de reconhecerem o expressivo valor histórico e cultural desse patrimônio brasileiro, o governo nada fez para conservá-los. "Mas, pelo contrário, permaneceram omissos e inertes, o que obrigou o MPF a pedir a intervenção judicial para conferir proteção constitucional aos bens", diz ação.

O objetivo do MPF é o de impedir a evasão, destruição e descaracterização do patrimônio deixado por Chico Xavier.O médium é considerado um dos maiores fenômenos religiosos de todos os tempos, e uma das mais importantes personagens brasileiros do século XX.

Chico Xavier nasceu em Pedro Leopoldo/MG e, em 1959, mudou-se para Uberaba, no Triângulo
Mineiro, onde viveu até a sua morte em 2002. Ele deixou mais de 400 livros psicografados. 

Estudiosos dizem que, dos 10 melhores livros espíritas do século XX, sete são da lavra do médium brasileiro, que doou os direitos autorais de todas as suas obras para organizações espíritas e instituições de caridade. Estima-se que foram vendidos mais de 50 milhões de livros em português, com traduções em várias línguas.

Sua devoção à caridade e ao próximo renderam-lhe a indicação ao Prêmio Nobel da Paz em 1981, disputando a indicação com o Papa João Paulo II e o Escritório do Alto Comissariado da ONU para refugiados.

Para o MPF, é “inegável a importância de Chico Xavier para a cultura nacional, regional e municipal” e “chega a ser absurdo o fato de que todos os bens deixados pelo médium estejam completamente desprotegidos, sem qualquer medida de conservação, controle ou catalogação”, com grande parte deles exposta ao público de forma inapropriada.

A ação relata que, somente após intensa provocação do MPF, o imóvel, que é alvo de peregrinação por adeptos da doutrina espírita de todo o mundo, foi cadastrado como museu pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus). Tal medida, no entanto, não levou a qualquer medida protetiva mais eficaz dos bens expostos à visitação pública.

“A casa de Chico Xavier é um museu particular, onde se encontram expostos livros, esculturas, imagens sacras, mobiliário, fotografias, roupas, documentos e inúmeros outros bens”, lembra a procuradora da República Raquel Silvestre. “O problema é que essa exposição requer medidas técnicas especiais como identificação, catalogação, ambientação, ou seja, requer um projeto museográfico, o que nunca foi feito”.

Visita técnica feita por especialistas do IBRAM detectou que os bens não possuem qualquer tipo de instrumento de registro, controle e segurança. À exceção dos livros psicografados pelo médium, que apresentam etiquetas, não há nenhuma identificação dos demais itens expostos.

Para a procuradora, “fica evidente que esses bens de inestimável valor histórico e cultural não estão recebendo as medidas protetivas necessárias à sua conservação. Afinal, não se sabe ao certo nem o que de fato existe. Não há nenhuma forma de controle e, evidentemente, nessa situação, os bens podem facilmente se extraviar e deteriorar”.

O próprio imóvel que abriga o museu, a casa situada na Rua Dom Pedro I, 145, no Bairro Parque das Américas, onde Chico Xavier morou por mais de 30 anos, está passando por modificações de forma pouco técnica e respeitosa à cultura nacional.

“É evidente que a manutenção das características originais da edificação faz parte da própria história que se objetiva preservar. O visitante que procura a Casa de Chico Xavier quer encontrá-la em seu estado original, para conhecer o local onde o médium viveu. No entanto, estão sendo realizadas alterações estruturais no imóvel, sem qualquer auxílio de técnicas de preservação da identidade histórica e cultural do ambiente”, afirma a procuradora.

Ela explica que o tombamento é uma medida administrativa que impõe restrições aos bens particulares e públicos, com o intuito de preservá-los. Essas restrições consistem, por exemplo, na obrigatoriedade de conservação e de preservação das características originais. Mas não há qualquer ingerência na titularidade dos bens. "Ou seja, o atual proprietário dos bens deixados por Chico Xavier, Eurípedes Higino dos Reis, não tem com que se preocupar. O tombamento nada mais fará do que auxiliá-lo no controle e conservação dos bens, podendo trazer orientações técnicas e procedimentos adequados. Ele não perderá a propriedade de nenhum bem”, diz.

Número da ação: 0007942-75.2011.4.01.3802.

Fonte:
http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/54892/mpf-mg+vai+a+justica+pelo+tombamento+do+patrimonio+de+chico+xavier.shtml

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Projeto Retocando

As aulas de teclado, com a Professora Maria Cristina Oropallo,
retornarão no dia 04 de março, às 9 horas.
Inscrições na secretária do N.A.E. Amor Divino.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

História do Projeto Retocando

   O Projeto Retocando faz parte do Amor Divino, pois a tarefa da casa abriu várias frentes para atender à máxima já mencionada de que, fora da caridade não há salvação.
   Assim, desde janeiro de 1999, com o objetivo de contribuir com a formação de crianças e jovens iniciou-se um trabalho com a missão precípua de dar oportunidade ao cidadão para formar-se profissional, cultural e artisticamente.
   Denominado de Projeto Retocando, iniciou com oportunidades para crianças e jovens, e a partir de 2006 a pessoas de todas as idades.
   Os professores são voluntários e têm formação em sua área de atuação.
   O Projeto visa à educação e formação por cursos de línguas, música, informática, teatro, dança e tantos quantos forem os voluntários preparados.
   As reuniões são aos sábados e domingos.
   Já passaram pelo Projeto, aproximadamente, 1.500 pessoas de todas as idades. A continuidade depende do esforço de cada um, requer perseverança e estudos contínuos, muitos desistem, mas o saldo tem sido muito positivo.
   A denominação da Casa foi modificada para englobar o Centro Espírita Amor Divino e o Projeto Retocando, assim passou a denominar-se oficialmente Núcleo Assistencial Espírita Amor Divino.
   A missão geral é a de: “promover o despertar do cidadão que há em cada indivíduo, proporcionando educação, saúde e assistência social”
   Atualmente o Projeto Retocando busca profissionais voluntários para dar continuidade do trabalho que, infelizmente, foi paralisado no primeiro semestre de 2011.

Este resumo foi retirado do Livro Comemorativo de 60 anos do Centro Espírita Amor Divino, organizado e editado por Izilda Esotico e Danilo Dias Esotico, em março de 2008.


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

História da Fundação do Centro Espírita Amor Divino

   Esta breve história tem o objetivo de resgatar a trajetória, da Obra fincada nesse Núcleo fraterno, que se iniciou há mais de 60 anos, pelas mãos de duas pessoas, que deram suas vidas para cumprirem o compromisso de difundirem a Doutrina Consoladora - o Cristianismo Redivivo – o Espiritismo.
   A obra teve início pelo menos dez anos antes, quando Nair Gandriann e Odete da Silva uniram-se para desenvolver as atividades Cristãs, que perceberam, eram a essência das suas presentes reencarnações.
   Em março de 1948 foi oficializada a existência do Centro Espiritualista Amor Divino. Sua primeira diretoria foi composta por: Joaquim Silva Júnior-presidente; Luiz Gonzaga; Odete da Silva; Paulo Scola; Carnivaldo Martins; Vasco Caridéu; Alice Diles.
    Nair Gandriann nasceu na Cidade de São Paulo, no Bairro da Luz, no dia 31 de julho de 1911, filha de Leopoldina Hubert Gandriann e Silvério Gandriann, a mãe com ascendência Alemã e o pai ascendência Armênia, família muito religiosa e católica.
    Foi funcionária pública estadual, inspetora de alunos da Escola Estadual São Paulo – Parque D. Pedro, cargo no qual se aposentou.
     Muito jovem, iniciaram-se alguns sintomas desconhecidos para Nair e sua família. Sem se aperceber era surpreendida por desmaios, desfalecimentos e recuperava-se como se nada tivesse acontecido.
    No início eram esporádicos, eventuais, mas, com o passar dos dias foram se tornando muito mais freqüentes. Não havia hora nem lugar e Nair desfalecia, tinha dores de cabeça muito intensas, os médicos nada conseguiam diagnosticar, nenhum tratamento dava resultados definitivos, apenas lhe proporcionavam efeitos calmantes.
    Diante da situação que se agravava, foi orientada a procurar a Federação Espírita do Estado de São Paulo, porque tudo estava a indicar a manifestação da mediunidade. Apesar de sua orientação religiosa e da família, não encontrada alternativa que lhe pudesse esclarecer o quê de fato estava acontecendo, e que extinguisse aqueles sintomas tão nefastos, iniciou a assistência de passes na Federação.
    Os desmaios e as dores de cabeça foram diminuindo e sob a orientação dos confrades da Federação, iniciou os estudos da Doutrina Espírita, debruçando-se com afinco sobre as obras de Allan Kardec, ditadas pelos Espíritos.
    Então, veio o esclarecimento: Nair deveria aprofundar-se nos estudos e compreender que era médium de psicofonia - transmissão de mensagem, verbalmente, que ouve ou intui - com muito trabalho a ser desenvolvido em favor do próximo, baseada no Evangelho de Jesus e para cumprir a máxima: fora da caridade não há salvação.
    Era jovem, numa época e de família em que a responsabilidade não se postergava nem se abandonava. Assim, iniciou o cumprimento do compromisso assumido para esta reencarnação.
    Tudo teve início em companhia de Odete da Silva. Em todos os momentos em que não estava em seu trabalho no Colégio São Paulo, cumpria sua tarefa de médium.
    Primeiramente, como aconteciam naqueles idos anos, as reuniões espirituais aconteceram em algum pequeno cômodo na casa de algum tarefeiro, no caso a residência de Odete, numa sala, ou num quarto. Existia muito preconceito e assim, inicialmente, as reuniões não eram levadas muito a público.
    Mesmo assim, Nair e Odete atendiam muitas pessoas, que necessitavam verem aliviados seus sofrimentos espirituais e materiais, com alimentos, roupas e outros objetos.
    A obra nunca parou. Vê-se também que já em 1963 participava ativamente a querida companheira Orlanda Palhuca.
    Essa companheira também merece destaque nesse percurso, médium atuante, incansável no trabalho de assistência social, por mais de quarenta anos esteve à frente de toda a organização e orientação na distribuição de alimentos, dos bazares de roupas e utensílios, estes com vistas à captação de verba para manter a distribuição das cestas básicas; além de dirigente de trabalhos espirituais, de evangelho e assistência. Também liderou o grupo de senhoras, que por décadas forneceu sopa aos assistidos cadastrados.
    Após a partida de Odete, Orlanda deu continuidade aos trabalhos diuturnamente. Não houve hora ou trabalho difícil, dedicou-se de corpo e alma para que a obra permanecesse viva até hoje.
    Deve-se ressaltar que as almas necessitadas ao tomarem conhecimento da existência das médiuns Nair e Orlanda, cada uma no seu tempo, e do amparo que ofertavam, acorriam em grande número ao local. A procura foi crescendo de tal sorte que, aquela pequena sala da casa de Odete já não comportava a tarefa. Filas formavam-se no corredor externo da casa, o qual dava acesso à saleta de atendimento.
    Almas caridosas uniram-se às duas obstinadas companheiras e nos idos dos anos setenta, receberam em doação um imóvel para albergar o trabalho, na Rua Jaboticabal 1001.
    Assim, o Centro Espírita passou a ter um local próprio para o atendimento fraterno.
    Esse imóvel foi desapropriado para a construção da Av. Salim Farah Maluf, o Centro Espírita recebeu a indenização.
    Nesse período outra boa alma cruzou os caminhos da obra em franco desenvolvimento.
    Por gratidão aos benefícios que havia experimentado, o proprietário do imóvel da Rua  Jaboticabal, 914, não poderia se furtar em oferecer o imóvel por um ótimo preço.
    E assim o fez, estava com o imóvel sem destinação que lhe agradasse, seria muito útil ao trabalho, aceitou parcelar o preço e aguardar a indenização da desapropriação para a quitação do saldo.
    Assim foi adquirido o imóvel no qual ainda hoje está à sede do, naquela época denominado, Centro Espírita Amor Divino.
    No início, apenas com dois pequenos cômodos nos fundos do terreno (altos do terreno) para onde foram transferidas as tarefas, dando inicio a nova etapa da Casa.
    O prédio, que existe hoje, foi construído no início da década de oitenta, pelo esforço incansável de Nair Gandriann, Orlanda Palhuca e muitas outras almas fraternas – pode-se dizer, sem medo de errar que a construção, além da contribuição financeira teve as próprias mãos dos companheiros;
     Nair, Odete e Orlanda preocuparam-se sempre em obter apoio e orientação dos baluartes da Doutrina Espírita, mantinham-se em contato constante com a Federação Espírita do Estado de São Paulo, Comandante Edgard Armond, e outros, e visitavam freqüentemente Uberaba. Nair sempre buscava apoio e as orientações certas e doces do Irmão Chico Xavier, e na época com o parceiro, Waldo Vieira, os quais jamais se furtaram em ofertá-las, vendo a perseverança das irmãs.
    Em 1965, parte para a pátria espiritual Odete da Silva, aos 58 anos de idade. Por muitos anos a Casa atendeu a comunidade vizinha. Todos os dias eram servidos lanches para as crianças, além do atendimento pelos guias espirituais.
    Na década de 70 uma creche foi agregada aos trabalhos do centro espírita, a qual foi considerada modelo pelos órgãos públicos, recebeu o nome de Creche Irmã Odete, como justa homenagem à nobre trabalhadora. Situava-se na Praça Leão X, 51, Vila Formosa, e esteve sob a sua tutela até o final da década, quando foi transferida, visto que as tarefas na casa espírita tomavam todo o tempo dos trabalhadores.
     O grupo de tarefeiros sempre se manteve no objetivo de prosseguir com as tarefas. Nair não desistiu, não parou, sabe que a Obra é de Jesus e que, todos devem cumprir a sua parte, passam uns, chegam outros e prossegue. Não fosse a sua personalidade forte e disciplinada, os muitos obstáculos poderiam ter sido razão para desistir.
    Os trabalhos na casa espírita nunca foram interrompidos. Muitos companheiros se reuniram em torno do trabalho no decorrer de todos esses anos.  Alguns como Nelson Esotico e Rachel do Amaral Viollas, ainda hoje na tarefa, participam há quase 30 anos.
    No dia 31 de julho de 2007, quando Nair completou 96 anos de idade, esteve presente em singela homenagem prestada pelos companheiros, embora  afastada das tarefas.
   Em 02 de julho de 2010, Nair Gandriann retornou para a pátria espiritual, deixando seu exemplo de obstinação, dedicação e amor ao próximo como tarefeira incansávei.
   Hoje, 64 anos após a sua fundação oficial, a Casa, embora não tenha uma liderança como Nair Gandriann, Odete da Silva, ou Orlanda Palhuca, tem um grupo de tarefeiros que procura seguir a trilha desenhada por elas, e de tantos outros que passaram e deixaram suas lembranças, seus trabalhos, sua perseverança e o compromisso de Servir a Jesus.
    A obra é de Jesus, prossegue a tarefa de Assistência Espiritual com o amparo dos Mentores responsáveis pela Casa, que orientam e estão no leme da Obra.
    A obra é de caridade, também com vistas às necessidades materiais primárias, atende aproximadamente a 30 famílias por mês, as quais são entrevistadas por Assistente Social e devem comparecer às reuniões de Evangelho.
    São fornecidos orientação e encaminhamento para os instrumentos de auxílio existentes à disposição na comunidade. Há assistência a irmãos em situação de rua e comprometidos pelo álcool, são orientados a participarem das reuniões de Evangelho e encaminhados a tratamento em clínicas para desintoxicação.
    A missão do Centro Espírita Amor Divino é: “divulgar o Cristianismo redivivo (reviver o cristianismo em toda a sua pureza) por meio de palestras, estudos doutrinários, e tudo o mais que vier a contribuir para a sua propagação”.
    As portas abertas permitem a assistência geral a quem quer que as transponha, com uma palavra, com a oferta de orientação sobre a doutrina, com ofertas de gêneros alimentícios de emergência, roupas e encaminhamentos aos instrumentos assistenciais da comunidade.       
   Graças a Deus, a Jesus e aos Amigos espirituais, Mentores da Casa, e a todos os companheiros, tarefeiros que por ela passaram, que nela estão e aos que virão, a todos os freqüentadores de todos os tempos, que permitem o desempenho da tarefa necessária à evolução daqueles que nela aportam.
Observação:
Este resumo foi retirado do Livro Comemorativo de 60 anos do Centro Espírita Amor Divino, organizado e editado por Izilda Esotico e Danilo Dias Esotico, em março de 2008.