"SENHOR
JESUS
Auxilia-nos,
perante os companheiros impelidos à desencarnação violenta, por força das
provas redentoras.
Sabemos
que nós mesmos, antes do berço terrestre, suplicamos das Leis Divinas as
medidas que nos atendam às exigências do refazimento espiritual. Entretanto,
Senhor, tão encharcados de lágrimas se nos revelam, por vezes, os caminhos do
mundo, que nada mais conseguimos realizar, nesses instantes, senão pedir-te
socorro para atravessá-los de ânimo firme.
Resguarda
em tua assistência compassiva todos os nossos irmãos surpreendidos pela morte,
em plena floração de trabalho e de esperança e acende-lhes nos corações,
aturdidos de espanto e retalhados de sofrimento, a luz divina da imortalidade
oculta neles próprios, a fim de que a mente se lhes distancie do quadro de
agonia ou desespero, transferindo-se para a visão da vida imperecível.
Não
ignoramos que colocas o lenitivo da misericórdia sobre todos os processos da
justiça, mas tocados pela dor dos corações que ficam na Terra – tantos deles
tateando a lousa ou investigando o silêncio, entre o pranto e o vazio – aqui
estamos a rogar-te alívio e proteção para cada um!…
Dá-lhes
a saber, em qualquer recanto de fé ou pensamento a que se acolham , que é
preciso nos levantemos de nossas próprias inquietações e perplexidades, a cada
dia, para continuar e recomeçar, sustentar e valorizar as lutas de nossa
evolução e aperfeiçoamento, no uso da Vida Maior que a todos nos aguarda, nos
planos da União Sem Adeus.
E,
enquanto o buril da provação esculpe na pedra de nossas dificuldades, conquanto
as nossas lágrimas, novas formas de equilíbrio e rearmonização, embelezamento e
progresso, engrandece em teu amor aqueles que entrelaçam providências no amparo
aos companheiros ilhados na angústia. Agradecemos, ainda, a compreensão e a
bondade que nos concedes em todos os irmãos nossos que estendem os braços,
cooperando na extinção das chamas da morte; que oferecem o próprio sangue aos
que desfalecem de exaustão; que umedecem com o bálsamo de leite e da água pura
os lábios e as gargantas ressequidas que emergem do tumulto de cinza e sombra;
que socorrem os feridos e mutilados para que se restaurem; e os que pronunciam
palavras de entendimento e paz, amor e esperança, extinguindo a violência no
nascedouro!…
Senhor
Jesus!…
Confiamos
em ti e, ao entregarmo-nos em Tuas mãos, ensina-nos a reconhecer que fazes o
melhor ou permites se faça constantemente o melhor em nós e por nós, hoje e
sempre. "
Emmanuel – psicografia de Francisco Xavier – Livro Diálogo dos Vivos
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