segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O Dia de Natal - Meditação


   Manhã de Natal. Poucos companheiros compareceram à nossa habitual reunião no jardim público da nossa cidade. Como o nosso amigo idoso e sábio não compareceu, fui até a sua casa. A porta estava apenas encostada, e como eu chamei e não obtive resposta, entrei de mansinho. Atravessei uma sala mobiliada com simplicidade, e pela porta aberta de um pequeno quarto sem mobiliário, vi meu amigo sentado em posição de meditação.

   Resolvi sair, sem fazer barulho, quando ouvi a sua prece e parei, magnetizado. Vou tentar reproduzir para você o que escutei:

   “Amigo Jesus de Nazaré. Mais um Natal se apresenta em nosso calendário e os homens continuam egoístas, violentos e guerreando entre si. Pouco entenderam a Sua maravilhosa missão. Ainda O procuram num presépio ou com os braços abertos, pregado a um cruz. Hoje comemoram o Seu Natal, e mais alguns meses estarão homenageando o Senhor Morto, para depois festejar a ressurreição, sem compreendê-la.

   Quando, Mestre, os homens terão fraternidade entre si e compreenderão que Deus não criou classes sociais privilegiadas? Quando os homens aprenderão a dividir, espontaneamente, o que pensam que é seu?

   Sabe, Jesus, li o Evangelho de Lucas e fiquei a meditar na frase angustiada do Evangelista: ”...e não havia lugar para eles”. Examinei a hospedaria do seu coração e sinto que já existe um pequeno espaço para o seu nascimento. Lembrei-me de um evangelista moderno, que escreveu num livro os diferentes momentos e lugares que nasceu para Pedro, Paulo, Zaqueu, Madalena e outros. Recordei o momento de intensa dor em que nasceu em meu coração. Foi aquele momento que surgiu a minha religiosidade, a compreensão dos porquês da vida. Por isso, oro enternecido pela paz do mundo”.

   Saí, sem fazer barulho, e quando já estava quase na porta de saída, ouvi sua voz dizer para mim: vai com Deus, escritor. A minha paz voz dou.




O texto acima, foi extraído do livro: A minha Paz vos Dou..., de Amilcar Del Chiaro Filho.

 Este grande trabalhador, que sempre superou suas limitações e já retornou para a pátria.  O abnegado divulgador espírita, era portador do bacilo que provoca a hanseníase. Enfrentou o preconceito da sociedade, trabalhou pela igualdade e pregou o evangelho de Jesus. Lutou sem armas e em silêncio pela PAZ, deixando-nos enriquecedoras mensagens gravadas em seus programas da Rádio Boa Nova (1450 AM) e em seus livros.
 

“Que a paz de um bom trabalhador esteja sempre com você Amilcar!”
 
Por:
Claudia B.F.

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